- Por Kabengele Munanga
- A elite branca e racista do Brasil só se relaciona com os negros no cotidiano doméstico, quando dá ordens para o trabalho de limpeza de suas “casas grandes”, ou quando dá ordens para os seus motoristas, ou quando manda “limpar melhor” a calçada. O fim dessa relação pode acontecer quando negros começarem a frequentar Universidades, até então “território sagrado” dos filhos dos brancos, proprietário
s e cidadãos e cidadãs “de bem”. Uma ameaça ao “mérito” do jovem que gabaritou a prova de medicina?
Quem vai limpar a “casa grande” se agora os negros frequentam universidades? São questões que incomodam a elite branca, proprietária e racista do Brasil. Essa realidade não é um problema biológico ou genético, é um problema político de reprodução da desigualdade que precisa urgentemente ser enfrentado com políticas afirmativas, que resgatem a dívida histórica do país para com a maioria dos trabalhadores e trabalhadoras, negros e negras que construíram e constroem esse país.
(Kabengele Munanga, doutor em Antropologia da USP)
segunda-feira, 17 de março de 2014
Kabengele Munanga
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário